segunda-feira, 29 de abril de 2013

Festival de Cinema de Paris



Acontece em Paris, de 28 de junho a 9 de julho um festival dedicado ao cinema. São dez dias nos quais o festival se propõe a fazer um tour pelo cinema contemporâneo através da projeção de mais de 200 filmes. Esse ano o cinema belga é o convidado de honra e o evento apresentará muito da produção desse país com a presença de convidados importantes.

O festival é também uma oportunidade de ver mais de 40 filmes em lançamento e rever outros tantos filmes importantes nas retrospectivas dedicadas a cineastas como David Cronenberg, Leos Carax, Tsaï Ming-liang, Naomi Kawase, Claude Chabrol entre outros. É possível, por exemplo, ver alguns dos filmes que fizeram sucesso em Cannes antes que eles cheguem às salas.


Outra experiência interessante proposta pelo festival é uma feira "la 5ème brocante-ciné" onde se pode vender e comprar de tudo relacionado ao cinema: cartazes de filmes, DVDs, fotos de filmagem, itens de coleção entre outras coisas. Ela acontecerá nos dias 6 e 7 de julho na MK2 Bibliothèque.

http://www.pariscinema.org/


Aberta a temporada de piquenique em Paris

A primeira vez que eu fui a um piquenique aqui em Paris, eu não sabia muito bem o que levar. Não temos hábito de fazer piqueniques em São Paulo e, também, não lembro de ter feito nenhum em Belo Horizonte. Para agravar a situação, eu ainda estava hospedada em um hotel e não tinha como preparar nada. Resultado: bom, o resultado só não foi pior porque as outras meninas já tinham muitas temporadas nas costas e sabiam muito bem o que era preciso pra fazer um bom piquenique!

Cesta de piquenique tradicional

Outra coisa que percebi aqui é que as cestas  tradicionais, como essa da foto, são LINDAS mas na verdade não são nada práticas pra um pique-nique de verdade. Elas são pesadas, difíceis de transportar e nem sempre têm espaço suficiente para tudo. Se você vai fazer um pique-nique menor e vai levar pouca coisa, pode usar uma mochila que é bem fácil de transportar. 

Carrinho de compra

Agora se você vai fazer um pique-nique com toda a família e tem bastante coisas pra transportar, o "chariot", ou carrinho de compras, é o melhor amigo do pique-nique. Apesar de não ser charmoso, nele você pode organizar tudo e transportar muito facilmente com você, à pé ou no metrô. Aí é só encontrar os acessórios certos pra colocar cada um dos alimentos. Existem uns joguinhos de vasilhames que são térmicos, que podem ser usados para conservar frutas e outros perecíveis. Mas uma bolsa térmica maior também pode ser muito útil pra colocar as bebidas.

Cesta térmica

Existem também as cestas térmicas, mas acabamos caindo no mesmo problema das cestas tradicionais, falta praticidade.

É claro que cada um tem seu pique-nique ideal. Agora eu também tenho o meu. Ele inclui queijos, vinhos, frutas frescas (uvas, muitas uvas), salada, baguette, sausichon/jambon, frango tipo televisão-de-cachorro, pão de queijo, sanduichinhos preparados com pão de forma, bolo e chocolate. 

Além das coisinhas pra "pique-niquer", alguns itens fazem bastante diferença e podem contribuir para o sucesso do evento. São eles:

- uma toalha para forrar o chão;
- recipiente térmico para manter sucos e frutas;
- água (uma boa dica é encher a garrafa até 3/4 e congelar, assim a água estará ainda mais fresca);
- copos, pratos e talheres descartáveis (dependendo do que estiver levando pra comer);
- guardanapos descartáveis;
- lenços umidecidos (principalmente com crianças);
- brinquedos pras crianças (bola, jogo da memória, papel com lápis de cor...)
- saco para juntar o lixo;
- e o protetor solar pra adultos e crianças.

domingo, 28 de abril de 2013

Farmácias 24 Horas em Paris


Esse é um post que surgiu de uma necessidade minha, mas acredito que outras pessoas possam se deparar com o mesmo problema. 

E quando você precisa comprar um medicamento tarde da noite ou aos domingos? 

Tinham me indicado a farmácia de Place de Clichy que funciona 24h/24h, 7J/7J, mas hoje ela não estava aberta. De acordo com o bilhetinho pregado na porta, devido a uma "pane informatique", como sempre a culpa é do "sistema". E, lá fui eu em busca de outras farmácias abertas durante a noite e aos domingos em Paris. 

O resultado segue aí em baixo. Organizei um Google Map também pra poder visualizar as danadas e escolher a mais adequada pra cada caso:


View Pharmacies 24h/24h 7j/7j Paris in a larger map

Pharmacie Les Champs
M George V
84 Avenue des Champs Élysées
75008 Paris

01.45.62.02.41

Pharmacie de la Porte de Maillot
M Porte de Maillot 
68 Avenue de la Grande Armée 
75017 Paris
01.45.74.17.31

Pharmacie Centrale
M Commerce/Emile Zola
52 Rue du Commerce
75015 Paris
01.45.79.75.01


Pharmacie Tolbiac
M Tolbiac 
61 Avenue d'Italie
75013 Paris  
01.44.24.19.72


Pharmacie de la Porte de Vincennes
M Porte de Vincennes
86 Boulevard Soult
75012 Paris

01.43.4313.68

Pharmacie de la Porte de Montreuil

M Porte de Montreuil   
2 Avenue de la Porte de Montreuil 
75020 Paris
01.43.73.81.04 

Pharmacie de la Place de Clichy

M Place Clichy 
6 Place de Clichy 
75009 Paris
01.48.74.65.18

Pharmacie Okou Internacionale
M Marcadet-Poissonniers
64 Boulevard Barbès 
75018 Paris
01.46.06.02.61

Pharmacie de Place de la République
M Republique
5 Place de la République 
75003 Paris
01.47.00.18.08

Pharmacie Centrale de la Bastille
M Bastille 
3 Boulevard Beaumarchais 
75004 Paris
01.42.72.38.31

sábado, 27 de abril de 2013

Do que é feita a Felicidade


Eu gosto de pensar na vida como um processo. Uma sequência inevitável de pequenos pacotes temporais recheada por uma cadeia de acontecimentos significativos que guardam uma relação de causa e efeito. Ou seja, tudo que acontece e tudo o que nos fazem está de alguma forma relacionado com o que nós somos e fazemos, ou fomos e fizemos.

Gosto dessa prática pois ela evita que eu perca tempo tentando estabelecer culpados e fazendo críticas aos outros e traz pra mim a responsabilidade da minha própria vida. Faz com que eu esteja sempre repensando meus caminhos, minhas verdades e minhas escolhas. Isso porque acredito que a qualidade percebida da nossa vida, também conhecida como Felicidade, é determinada pelos nossos pensamentos e pelas nossas emoções.

Sim, a Felicidade, aquela linda, é uma escolha. Uma escolha e tanto por sinal. Na verdade, é muito mais fácil ser uma miserável amargurada do que ser feliz. E essa miséria nada tem a ver com sua conta bancária. Felicidade ou miséria amargurada são duas formas de ver o mundo e se relacionar com ele.

Em uma versão, o bom humor, a generosidade, a compaixão e o encanto nos levam a vivenciar as situações diárias sem preconceitos ou reservas, amando e respeitando os demais. Na outra, nos afogamos no azedume, no egoísmo, na crítica cruel e na decepção e nos apegamos a nossas verdades sem conseguir enxergar mais ninguém.

Eu acredito que a Felicidade tem duas características básicas. Primeira, ela é uma conquista individual. Pois, uma vez supridas nossas necessidades básicas de subsistência (eu prefiro dizer de existência), todos nós temos plena capacidade de sermos felizes. É notório que sofrimento, morte, doenças, desilusão, traição, perda, em algum momento, vão fazer parte da nossa vida e só nos cabe aprender a lidar com isso. É preciso transformar os percalços em oportunidade para mudança e crescimento e isso nós só podemos fazer dentro de nós mesmos.

E a Felicidade está relacionada com o equilíbrio emocional. E isso não significa ser “bonzinho”, não sentir raiva ou ter vontadade de mandar aquelas pessoas para a ‘putaqueopariu’. É, entretando, ter o discernimento de entender a dor, estabelecer suas causas, estudar seus efeitos, aceitar o que não pode ser evitado e seguir em frente na busca da superação de seus próprios limites.

Nós não somos vítimas do outro ou de um destino. Independente do universo ou de quem quer que seja, só nós mesmos somos responsáveis por nossa Felicidade. O que nutrimos de sentimentos, pensamentos e emoções é o que recebemos de retorno. Como diz aquela boa gente lá de Minas: "Deus te dê em dobro".

Verdade ou não, eu me esforço para receber o melhor. Porque o fato é que, crentes ou não, nós sempre recebemos o dobro, mais cedo ou mais tarde. E sobre isso só posso dizer que ‘aceito e agradeço’.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Exposição-Homenagem a Oscar Niemeyer


A exposição que mostra a construção e a história de Brasília acontece na sede do Partido Comunista Francês em Paris. Sed que também foi concebida pelo arquiteto brasileiro. 

De 26 de abril a 15 de Junho de segunda a sábado de 10h às 18h (menos sábado 15 de maio) e os domingos 28 de abril e 2 de junho de 10h às 18h. Fechada nos feriados.

SIÈGE DU PARTI COMMUNISTE FRANÇAIS 
2, PLACE DU COLONEL FABIEN 75019 
PARIS 
http://quefaire.paris.fr/Brasilia

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vida de cachorro em Paris









Eu ainda não tenho cachorro em Paris. Mas, se tudo der certo, em breve o meu bicho chegará à cidade luz. 


E já estou me preparando para isso. Fiz uma lista de serviços de dogwalking e de pensão para os nossos amigos de quatro patas. Esses são alguns dos serviços que eu encontrei e ou que me foram indicados:


Doggie et Compagnie
Passeios no bairro, passeios maiores nos bosques e têm também visita à domicílio e serviço de pensão.

DogWalking
Passeios no bairro, passeios maiores nos bosques e têm também serviço de pensão.

Dog Malin & Co
Passeios no bairro, passeios maiores nos bosques e têm também serviço de visita à domicílio e estadia em casa de família.

Les Promeneurs de Chiens
Passeios no bairro, passeios maiores nos bosques e têm também serviço de visita à domicílio

Le Domaine de Chassefaim
Pensão recomendada por uma amiga, fica fora de Paris mas tem muito espaço, ideal para estadias maiores.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Crônica sobre meus vizinhos parisienses




Que me perdoem meus vizinhos brasileiros, mas os meus vizinhos de Paris são incríveis. E eu não escolhi esse adjetivo a esmo. Quando eu digo que eles são incríveis, é porque entre eles eu posso citar pelo menos um para cada uma das várias nuances dessa palavra: o que é fora do comum, o que é extraordinário, o que não é crível e o que é incompreensível.

Mesmo sendo mineira, eu me adaptei ao modo paulista de convivência com vizinhos. Isso quer dizer, nenhuma interação além da estritamente necessária ou inevitável. Portanto, quando as pessoas me falavam da fama dos vizinhos parisienses, isso não me assustava nem um pouco. Ou seja, nada mudaria em relação à São Paulo, pensava.

Mas cheguei a Paris e a cada dia algo acontece pra provar que esse estereótipo do vizinho parisiense insipido, inodoro e incolor não passa de uma falácia.

Vamos começar pelo princípio. Eu mal tinha chegado no prédio e encontrei com minha vizinha de cima nas escadarias. Ela se apresentou e deu as boas-vindas. Em seguida, ela explicou onde ela morava e contou que tinha três filhos, todos meninos e muito ativos. Então, ela se desculpou longamente pelos possíveis barulhos e se colocou a disposição para ouvir reclamações. Achei que esse era já um comportamento fora do comum. E confesso que é raro eu ouvir qualquer ruído vindo de lá e, quando acontece, nunca é em horário impróprio.

Já a minha vizinha de porta é uma francesa loira e linda. Ela se mudou pro seu apartamento algumas semanas depois que nós chegamos. E, em termos de simpatia e sociabilidade, ela é muito mais brasileira que eu. Ela se apresentou pra mim, me convidou para entrar no seu apartamento na mesma semana, me contou toda sua vida e ainda aceitou um convite de mesmo dia, feito no corredor, para beber um vinho comigo e alguns amigos na minha casa. Ela é realmente extraordinária.

Tenho também uma outra vizinha que é a típica senhora francesa, se veste impecavelmente, é extremamente elegante, e tem sempre um ar aristocrata. O que me deixou a impressão que nada, mas absolutamente nada, poderia realmente alterar seu tom de voz. Ledo engano. Ela pode gritar com todos seus pulmões se, por acaso, ela supuser que alguém está travando o elevador. Achei realmente difícil de acreditar que fosse ela. Mas crível ou não, parece que a pobre francesa burguesa tem uma tendência para barracos quando se trata de elevadores. 

Por fim, aquele que suscitou todo esse texto: o vizinho incompreensível. A primeira vez que nos encontramos foi na entrada do prédio. Ele me olhou de cima a baixo e não me disse sequer 'bonjour'. Na verdade, ele não me disse uma única palavra ainda que nós tenhamos dividimos o cubículo com função de elevador por intermináveis sessenta segundos. Minha primeira impressão desse meu vizinho pode ser chamada de várias coisas, menos de inodora. O homem exalava álcool por todos os seus poros. E eu até entendo sua opção de não me dirigir a palavra. Um pouco mais de álcool no ar poderia ser fatal. 

Quando ele deixou o elevador, eu pude reparar também que o embrulho pardo que ele tinha nas mãos não era uma baguette, mas uma garrafa de vinho. Pensei comigo, aí vai mais um escritor. É, eu sei, parece preconceituoso pensar assim. Mas eu também já tive as minhas tardes de "bloqueio" e nada como um vinho para liberar a criatividade.

Encontrei com esse meu vizinho um outro dia e dessa vez ele me disse "bonjour", ainda que timidamente. Subimos juntos as escadas e ele fez apenas um movimento milimétrico com a cabeça antes de entrar rapidamente no seu apartamento.

Hoje foi a terceira vez que o vi em mais de seis meses. Na esquina de casa, um homem me olhou, depois baixou a cabeça diagonalmente. Não bastasse esse movimento estranho, ele passou a me observar de viés, como se dessa forma não estivesse sendo percebido. Pensei, mas que homem bizarro. E foi só depois de uma dezena de passos que me dei conta que era o meu vizinho misterioso.

É claro que depois desse evento ele se tornou um personagem pra mim. Fiquei imaginando que, se ele não for escritor,  deve ser um artista. Visualizei seu apartamento repleto de manequins brancos que ele usa como telas. Depois transformei o senhor num artesão relojoeiro. Talvez ele crie minúsculas caixinhas de música. Talvez ele seja um Luthier famoso. Talvez ele seja um restaurador de antiguidades. Ou talvez ele seja só um francês que trabalha em horários menos convencionais. Mas, sem dúvida, é um sujeito um bocado estranho.


Foto: espétaculo Guignol no Jardin d'Aclimatation

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Algumas constatações sobre a vidinha em Paris




Sair com o cabelo molhado pelas ruas de Paris é o equivalente a fazer topless na avenida Paulista. É sempre uma opção, mas esteja preparado para os olhares de condenação.

As pessoas aqui fazem cara feia pra coisas muito salgadas e pra coisas muito doces. Açúcar e sal fazem muito mal para a saúde, argumentam. Já fumar feito uma chaminé é liberado. Ninguém vai te olhar torto.

Não se faz absolutamente nada em Paris sem marcar um "rendez-vous" (rendêvu), mais conhecido como RDV. Mas é pra tudo: médico, pra fazer inscrição na escola, pra planejar móvel na loja, pra fazer documento, pra entregar dossiê, pra contratar serviços. E se você aparece no lugar inadvertidamente e a pessoa está lá sem fazer nada, jogando paciência no computador, ela marca um RDV pra você voltar na próxima semana. 

Tudo que você for fazer vai exigir um dossiê aqui na França: se inscrever na escola, em serviços públicos, contratar um serviço. E não é raro eles te cobrarem uma taxa para preparação do tal dossiê, sendo que,  na verdade, quem prepara e entrega todos os documentos para o dito cujo é você mesmo.

Pra calcular quanto tempo vai demorar pra fazer alguma coisa por aqui, basta multiplicar por três o tempo necessário pra fazer a mesma coisa no Brasil. Um móvel sob encomenda, demora de 8 a 10 semanas. Instalar internet, 3 semanas.

Existem algumas épocas do ano que você sente muito frio na rua mas dentro do metro faz um calor de 40 graus. Eu suava como se estivesse na academia mesmo tirando o cachecol. Já os franceses continuavam totalmente vestidos e não se via uma gotinha de suor, nem mesmo um brilho leve no rosto. Eu ainda acho que eles usam um secreto anti-transpirante corporal.

Aqui não existe a epidemia de cabelos louros que existe no Brasil. O falso louro é bem, mas bem mesmo, menos comum. Além disso, a mulherada costuma assumir muito mais seus cabelos brancos e ficam lindas e elegantes.

As pessoas aqui ainda usam muito o cheque e muito o correio. As pessoas te mandam formulários por e-mail, para você preencher, assinar e mandar de volta pelo correio! E pior, elas pedem pra você enviar cheques pelo correio como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Francês faz compras pra semana no máximo. Então, no supermercado você quase não vê gente com uma quantidade enorme de produtos. Normalmente, eles compram o que são capazes de carregar. Eu demorei um bom tempo pra entender a lógica. Confesso que não consigo passar no mercado todo dia. Então, agora, compro a maior parte das coisas online e passo no mercado apenas pra comprar umas coisinhas. Tão francês! ;)

Francês é do tipo que ainda escreve cartas! E pra muita coisa: cartas pra reclamar, carta pra solicitar serviços, carta pra pedir cancelamento de serviços. Essas cartas têm um formato bem estabelecido e usam expressões que causariam acesso de risos no Brasil. Mas aqui eles levam tudo isso muito à sério e não usar esse tipo de linguagem e estrutura já em si uma falta de respeito.

Franceses são muito elegantes mas sem ostentação. É muito raro você vê um francês estampando o nome de uma marca em qualquer peça do vestuário, seja na camiseta, na bolsa, no cinto... E se você insistir em usar esse tipo de coisa aqui, você corre o risco de alguém ironicamente te perguntar se você está sendo patrocinado pela marca.  

As pessoas aqui chegam na hora. E quando acontece um imprevisto e elas vão chegar atrasadas, mesmo que seja 10 minutos, elas enviam uma mensagem ou ligam para avisar.

Em Paris, roupa esportiva serve para fazer esporte. Ponto. E isso inclui o tênis.

Aqui é raro as pessoas terem secretárias. Se o médico não trabalhar numa clínica, é muito comum você ligar pro consultório e ele mesmo atender e marcar seu RDV, digo, consulta. E ele mesmo liga pra remarcar em caso de problemas. 

Aqui, quando um estranho se dirigir a você, a primeira coisa que vai dizer é "Bonjour", seguido de um Madame ou Monsieur. E eles esperam o mesmo das outras pessoas. Eu acho isso muito bom, é como um pedido de desculpas pela invasão do seu espaço. Muito melhor do que sair metralhando um monte de informações sem nenhum aviso prévio.

Uma coisa não muda: atendimento telefônico das empresas. A mesma novela aqui e no Brasil. Com um agravante, aqui eles falam francês!

*Atualização: alguns pontos bem lembrados pela Fabiana Fernandes*

Uma outra questão muito peculiar é a relação dos franceses com as crianças. Nos restaurantes, é comum você ver vários cachorros, lindos e educados, sentados aos pés dos seus donos, é natural. Já crianças são raras... E crianças chorando ou fazendo muito barulho, então, são motivo de indisposição com os outros clientes. Outra questão que me deixou chocada, foi que as pessoas se acham no direito de intervir e ir 'conversar' com seu filho eles mesmos. O que já me fez virar uma leoa e rosnar para uma jovem e intrépida francesa!

Duas coisas que chamam a atenção pelas ruas aqui são o número de bitucas no chão e as cacas de cachorros. Não dá pra entender! Existem lixeiras espalhadas pela cidade inteira, duas, três por quadra. E mesmo que o fumante esteja ao lado de uma, ele vai jogar a danada no chão. Com as cacas de cachorro a relação é a mesma, a maioria não recolhe. Parece que eles acreditam que essas coisas 'pertencem' às calçadas. Mas não deixe cair um papel de bala no chão...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Before Sunset (Antes do pôr do Sol): uma visita temática de Paris

Before Sunset/Antes do Pôr do Sol é um dos meus filmes preferidos. Eu sempre imaginei que quando eu viesse morar em Paris eu iria seguir os passos de Jesse e Celine para rever as locações do filme. Mas até agora não fiz isso. Acredito que eu tenha um certo receio de dessacralizar o filme.



O lançamento próximo da terceira parte da história me fez voltar ao tema. Estou ansiosa pra ver Before Midnight  apesar de não acreditar que ele vá superar seu predecessor como esse superou Antes do amanhecer/Before Sunrise. Para atenuar essa espera, resolvi planejar e fazer a tal visita.


View Before Sunset: uma visita temática de Paris in a larger map


Os personagens começam a perambular por Paris saindo da famosa livraria especializada em literatura anglofona Shakespeare & Co, que independente do filme vale uma visita. A livraria fica do lado contrário da Notre Dame, na margem esquerda do Sena, entre a Petit Pont e a Pont au Double.

1- Shakespeare & co
37, rue de la Bûcherie 75005 Paris
01 43 25 40 93
http://www.shakespeareco.org

Eles saem caminhando em direção sudoeste e viram a primeira à direita na rue Saint-Julien le Pauvre para depois tornarem à esquerda na rue Galande passando pelo cinema Studio Galande.

2- rue Saint-Julien le Pauvre


3- rue Galande 

4- Studio Galande
42, rue Galande 75005 Paris
01 43 54 72 71
studiogalande.fr

Ainda que a câmera do filme nos deixe a impressão de que os personagens estão caminhando continuamente pelas ruas de Paris, nós vamos ver que a produção teve um pouco mais de trabalho e as locações se espalham por diversas áreas da cidade. Um corte e o casal passa para o outro lado do rio Sena, eles passam a caminhar pela rue de l'Ave Maria e seguem pela rue des Jardins Saint-Paul


5 - Rue de l'Ave Maria 75004 Paris


6- Rue des Jardins Saint-Paul 75004 Paris

Celine e Jesse, com a vista dos fundos da Igreja Saint-Paul Saint-Louis, continuam a caminhanda virando à direita na rue Charlemagne. Em seguida, passam pela rue Eginhard e depois pela rue Saint-Paul até rue Saint-Antoine.


7 - Rue Charlemagne 75004 Paris


8 - Église Saint-Paul-Saint-Louis
7 Passage Saint-Paul
75004 Paris, France
01 42 72 30 32
http://www.saintpaulsaintlouis.com

9 - Rue Eginhard 75004 Paris


10 - Rue Saint-Paul

11 - Rue Saint-Antoine

Daí de um quadro para o outro, casal deixa o badalado bairro Marais para se acomodar no Le Pure Café no 11o. arrondissement, próximo a praça da Bastille.

12 - Le Pure Cafe

14, Rue Jean Macé
75011 Paris, France
01 43 71 47 22
http://www.purecafe.fr

Mais um pulo, e do café Jesse e Celline vão caminhar pela "Promenade Plantée",  um parque/jardim de 4,5 km construído sobre o Viaduc des Artes indo da Place de la Bastille ao Bois de Vincennes. Eles sobem para a "Promenade Plantée" através da escada localizada na 135, avenue Daumesmil na rue Charenton.


13 - Acesso para a "Promenade Plantée"

135, Avenue Daumesnil
75012 Paris

Desse ponto o casal passa novamente à margem esquerda do Sena, na Quai de la Tournelle onde eles tomam o bateau mouche para um tour. O passeio termina na Quai Henri IV do outro lado do rio onde um carro espera por Jesse.


14 - Embarque no Bateau Mouche

Quai de la Tournelle
75005 Paris

15 - Desembarque do Bateau Mouche e entrada no carro

Quai Henri IV
75004 Paris

É no barco que acontece o mais belo diálogo do filme. E é especialmente esse trecho de Celine que me encanta:


“Fico feliz que você diga isso porque eu sempre sinto que sou anormal por não conseguir seguir em frente facilmente. As pessoas têm um caso, ou até relacionamentos inteiros, terminam e esquecem tudo. Mudam como trocam de marca de cereal. Eu sinto que não esqueço as pessoas com as quais estive porque cada uma tem qualidades específicas. Não dá para substituir ninguém. O que foi perdido está perdido. Cada relacionamento que termina me magoa. Nunca me recupero totalmente. Por isso, tenho cuidado quando me envolvo com alguém, porque dói demais. Eu evito até transar porque vou sentir saudades de coisas mundanas daquela pessoa. Tenho obsessão com pequenas coisas. Talvez eu seja louca. Quando eu era criança minha mãe me disse que eu chegava sempre atrasada à escola. Um dia, ela me seguiu para saber o motivo. Eu ficava vendo as castanhas caírem das árvores e rolarem na calçada. Ou as formigas atravessarem a rua ou a sombra de uma folha num tronco de árvore. Coisas pequenas. Acho que com gente é igual. Vejo pequenos detalhes específicos de cada uma, eles me comovem e sinto saudade depois. Não se pode substituir ninguém porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes. Lembro que a sua barba tem fios avermelhados e que o sol os fez brilhar naquela manhã, um pouco antes de você partir. Lembrei disso e senti saudade. É muito louco, não é?” 


As demais cenas acontecem no carro e no apartamento de Celine, e o filme termina com a constatação quase promessa que todos conhecemos:


"Baby, you are gonna loose that plane"

"I know"


sábado, 13 de abril de 2013

Paris, uma cidade com seu próprio tempo


Eu não consigo falar de Paris sem falar de tempo. Essa cidade é sem dúvida a diva das cidades. É um lugar onde nunca falta o que conhecer, o que ver ou um bom restaurante pra comer. Mas é sobretudo o ritmo de Paris que me encanta.

Para quem morava em São wild Paulo mudar para Paris é como ir para uma cidade de interior mas com a vida cultural que você sempre sonhou. Viver em Paris é realmente maravilhoso, mas certamente não pelos motivos que a maioria das pessoas imagina.

Tem glamour sim, pourquoi pas? Mas não o glamour da ostentação, o glamour essencial, a simpatia, o charme de uma vida simplificada e encantadora. A vida parisiense é uma vida que se leva a pé, em todos os sentidos.

Como se anda em Paris. E como é prazeroso andar por aqui. A cada quadra uma nova descoberta. As passagens 'secretas', as pequenas galerias, as vilas escondidas, as vielas de calçamento e os grandes monumentos que você nunca viu. E a pé, o ponto de vista é mais humano. Ilhados nos nossos carros, fica bem mais fácil ignorar o outro e negar nossas semelhanças. Caminhando, estamos todos juntos de alguma forma. É claro que muito disso é um estado de espírito. No entanto, é um sentimento compartilhado e vivenciado por muitos brasileiros que vêm pra cá.

O ritmo da vida também vai a pé. Nada é veloz. Nada acontece numa sequência alucinante. No início, chega a ser bastante irritante. Com o tempo, você compreende que faz parte do estilo da vida na França. Não existe um imperativo de fazer e fazer todo o tempo. Aqui as pessoas se permitem sentar de terno ou roupa social nos bancos dos parques e conversar. É preciso trabalhar, mas é preciso viver.

Fico com a impressão que as pessoas aqui estão sempre dispostas a abrir um vinho e sentar à beira "de la Seine", desde que o clima permita. Talvez seja só uma impressão, mas já me inspira.

sábado, 6 de abril de 2013

Festival de Cinema Brasileiro em Paris


Acontece de 16 a 23 de abril o Festival de Cinema Brasileiro de Paris. A mostra desse ano  homenageia Carlos Diegues, e fará a projeção de "Bye Bye Brasil" seguida por um debate sobre o diretor. 

O festival abre com o Filme "Gonzaga: de pai pra filho" com a presença do diretor Breno Silveira, e conta também com mais outros 18 títulos como "O som ao redor" e "O Palhaço" além de documentários como "Arcanjo" e "Hélio Oiticia". A mostra ainda conta com uma exposição com fotos do Rio de Janeiro no século XIX, da coleção do Instituto Moreira Salles. 



Do dia 16 ao 23 de abril
L’Arlequin
76 rue de Rennes 75006
Paris Tarifa: 7 euros


 




O Cinema do Panthéon e seu salão "secreto"


O cinema do Phanthéon é uma das mais antigas salas de cinema de Paris, inaugurada em 1907. Foi a primeira sala em Paris a passar os filmes em suas versões originais. Jean-Paul Sartre et Jacques Prévert eram habitués do lugar. 


O produtor responsável pelo sucesso da sala, Pierre Braunberger, assumiu o cinema em 1930 e o administrou com maestria por 60 anos. Ele era um descobridor de talentos e foi ele quem colocou na tela muitos dos grandes cineastas da Nouvelle Vague como Truffaut, Godard ou Resnais. "Muita gente amou o cinema, meu querido Pierre. Mas muito poucos foram amados por ele. E você foi um deles", disse Jean-Luc Godard a Braunberger. 

O cinema acolhe vários cine clubes como o do Cahiers du Cinéma, o cineclube de Jean Douchet, e organiza sessões com preseça do realizador e posterior debate. 

 Escondido no andar superior desse paraíso perdido da sétima arte fica o "Salon du Panthéon", um espaço de 150m2, decorado pela atriz Catherine Deneuve e seu amigo Christian Sapet como se fosse uma sala de estar. Ao fundo, existe um terraço muito agradável em dias ensolarados. O salão é aberto ao público de segunda à sexta das 12h às 19 horas. Não é realmente um segredo, mas é desconhecido até mesmo por alguns parisienses. Você pode almoçar, tomar um vinho, um chá ou um café num espaço extremamente agradável e com um atendimento simpático. 

Mas, atenção, a não ser que você esteja disposto a esperar muito tempo por uma mesa, recomenda-se reservar! 





Salon du Panthéon 
13, rue Victor Cousin 75005 Paris 
01 56 24 88 80 
http://www.whynotproductions.fr